quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O couro é a pele curtida de animais, utilizada como material nobre para a confecção de diversos artefatos para o uso humano, tais como: sapatos, cintos,carteiras, bolsas, malas, pastas, casacos, chapéus, entre outros.

Dados históricos

No Egito antigo, encontraram-se pedaços de couro curtidos cerca de três mil anos A. C. Na China, a fabricação de objetos com couro já era efetuada muito antes da Era Cristã.
A História registra, ainda, que babilônios e hebreus usaram processos decurtimento, e que os antigos gregos possuíram curtumes. Além disso, os índios norte-americanos também conheciam a arte de curtir.
A partir do século VIII, os árabes introduziram na Península Ibérica a indústria do couro artístico, tornando famosos os couros de Córdova.
Em Pérgamo desenvolveram-se, na Idade Antiga, os célebres "pergaminhos", usados na escrita e que eram feitos com peles de ovelhacabra ou bezerro. Com o couro eram feitos, também, elmosescudos e gibões. Os marinheiros usavam-no nas velas e nas embarcações de navios.
No Brasil, desde que a colonização se intensificou, os rebanhos se multiplicaram rapidamente. Os curtumes eram instalados facilmente e o couro era utilizado para fazer alforjes, surrões, bruacasmochilasroupas, chapéus, selas, arreios de montaria, cordas e muitas outras utilidades.
A região de maior concentração de curtumes de ribeira (fase inicial do processo) é o centro-oeste do Brasil, devido a proximidade dos rebanhos. Em Portugal, é em Setúbal. Já os curtumes de couro semi-acabado e acabado situam-se em sua maioria nas proximidades dos centros consumidores deste material, como as regiões calçadistas do Vale do Sinos no RS, além de Franca e Jaú, em SP.

Utilização

Nos últimos anos, em virtude de ser um material de custo alto, pela tendência da moda e outras exigências da vida moderna, ampliou-se consideravelmente o mercado de materiais diversos, sintéticos e naturais, em substituição ao couro. Também alcançou grande projeção no mercado o couro reconstituído ("recouro"), um misto de aparas de couro, resinas e outros produtos.
De qualquer forma, o couro não perdeu sua posição de material nobre, sendo requisitado para a confecção de estofados (moveleiro e automotivo), calçados, vestuário e acessórios (bolsas, cintos, carteiras, maletas, pastas) no mundo inteiro.
O couro bovino é o mais utilizado, devido a ser o mais abundante do mercado e ao preço mais baixo. O segundo mais utilizado é o couro caprino, devido também à facilidade de obtenção, que torna os preços competitivos, e principalmente pela sua qualidade, que é maior do que a do couro de boi. Entretanto, também tem crescido a procura pelos couros suínoovino e de outras espécies de animais como o jacarécobra e leitões, mais recentemente, de  e peixe.

Divisão

O couro bovino compõe-se duas partes importantes:
  • Flor: é a parte externa do couro que, antes do uso, é submetida a tratamentos especiais.
  • Carnal é a parte interna, fibrosa. Às vezes recebe tratamento para substituir a flor.
Para se diferenciar em relação a seleção comercial dos couros, toma-se por parâmetro a incidência de defeitos ocorridos durante a vida animal, tais como: quantidades de marcas provocadas por carrapatos, bernes e outros parasitas que deixam suas marcas ainda em vida e que se estendem após o abate, além de marcas deixadas por arames pontiagudos, muito utilizados para cercar o rebanho e também galhos, muito comum em regiões de clima seco
O couro é considerado de boa qualidade quando apresenta fibras consistentes, devido a seu estado de conservação e pelas características acima descritas, ou seja, quanto menor a incidência de defeitos melhor seu valor comercial

Classificação

O couro possui diferentes regiões, cada uma delas sendo adequada à confecção das diversas peças que vão compor os produtos de couro.
Tradicionalmente os couros se dividem em:
  • Grupon (do fr: croupon): região central, mais nobre, correspondente ao lombo no animal;
  • Pescoço ou cabeça;
  • Barriga ou flancos.

Defeitos mais comuns no couro

Berne

São furos encontrados no couro, causados pela larva da mosca conhecida comoberne. Em peles envernizadas ou prensadas, deve ser feita uma verificação pelo carnal, pois o defeito normalmente não é visível por ser coberto pelo verniz ou pelo deslocamento do material próximo ao furo.

Carrapato

São marcas(cicatrizes) feitas pelo carrapato, e aparecem nos couros que não têm a flor lixada.

Cortes de esfola

São cortes que aparecem no couro, às vezes não o transpassando, causados por faca, quanto da retirada do couro do animal abatido.

Marcas de fogo

São defeitos causados pelas marcas de identificação do animal, que causam grande prejuízo nos couros.

Riscos

São defeitos causados normalmente por chicotearame farpado ou mirão, e que aparecem na flor do couro.

Veias

São as artérias do animal, que por problemas de estrutura se alargam e ficam perto da flor, aparecendo após o curtimento.

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